Nissan e Honda iniciam negociações para fusão até 2025, buscando fortalecer sua posição no mercado global.

Nissan e Honda planejam fusão estratégica até 2025 para enfrentar desafios globais e reforçar sua competitividade no mercado automotivo.

Honda e Nissan Negociam Criação de Holding para Enfrentar Concorrência Global

As gigantes automotivas japonesas Honda e Nissan estão em negociações para estabelecer uma holding, segundo informações de uma fonte próxima ao assunto. A iniciativa busca integrar mais recursos e tecnologias entre as duas empresas, permitindo que elas enfrentem com mais eficácia a crescente concorrência no setor automotivo global, especialmente no mercado de veículos elétricos (EVs).

Um Novo Modelo de Colaboração

As conversas, inicialmente reportadas pelo jornal japonês Nikkei, apontam para a criação de uma empresa controladora que abrigaria tanto a Honda quanto a Nissan. Esse modelo permitiria maior cooperação tecnológica em um momento em que a indústria automotiva enfrenta desafios significativos, como a liderança de empresas como Tesla e fabricantes chinesas, que têm redefinido o mercado global de EVs.

Embora ainda não esteja claro se a formação da holding resultará em uma fusão completa entre as duas empresas, as negociações indicam um esforço conjunto para enfrentar os desafios impostos pela rápida evolução do setor automotivo e pelas mudanças no comportamento do consumidor.

Desafios no Mercado Global

Honda e Nissan, segunda e terceira maiores montadoras japonesas, respectivamente, têm enfrentado dificuldades para manter participação de mercado, especialmente na China, que lidera as vendas globais de veículos elétricos. Em novembro, mais de 1,27 milhão de EVs foram vendidos no país, representando cerca de 70% do mercado global no período.

Além disso, as duas empresas também sofrem com a desaceleração da demanda nos mercados europeu e norte-americano, onde custos elevados, infraestrutura de carregamento insuficiente e concorrência acirrada dificultam o crescimento das vendas de EVs.

No cenário global, grandes montadoras como General Motors e Ford também têm desacelerado investimentos no setor de veículos elétricos, enquanto na Europa, fabricantes como a Volkswagen enfrentam turbulências devido à baixa demanda e custos elevados, além da concorrência crescente de marcas chinesas.

Acordos e Planos Futuros

Desde março deste ano, Honda e Nissan têm explorado possibilidades de colaboração no segmento de EVs. Em agosto, as empresas aprofundaram essa parceria, concordando em trabalhar juntas no desenvolvimento de baterias, eixos elétricos e outras tecnologias fundamentais para os veículos do futuro.

O Nikkei também informou que a nova holding pode incluir a Mitsubishi Motors, na qual a Nissan detém 24% das ações. Essa inclusão pode expandir ainda mais o alcance e os recursos do grupo, fortalecendo sua posição no mercado global com vendas combinadas de mais de 8 milhões de veículos por ano.

Pressões Econômicas e Estratégicas

A iniciativa de formar uma holding surge em um momento de grande pressão econômica para ambas as empresas. A Nissan, por exemplo, tem sofrido com a queda nas vendas nos Estados Unidos e na China, levando a cortes de custos e revisões drásticas em suas projeções de lucro. No último trimestre, a montadora anunciou uma redução de mais de 90% em seus lucros líquidos em relação ao ano anterior.

Enquanto isso, a Honda e a Nissan buscam formas de acelerar o desenvolvimento de veículos elétricos e reduzir custos, seguindo uma tendência global de consolidação no setor automotivo. A última grande fusão da indústria ocorreu em 2021, com a união entre Fiat Chrysler e PSA, que deu origem ao conglomerado Stellantis.

Um Caminho Necessário

Especialistas apontam que alianças como a planejada entre Honda e Nissan são praticamente indispensáveis para a sobrevivência e o crescimento no setor automotivo. A competição acirrada com novos players, especialmente fabricantes chineses, tem dificultado a manutenção de margens de lucro e impulsionado montadoras a buscar soluções conjuntas para reduzir custos e inovar.

A formação da holding ainda depende de detalhes a serem acertados e da aprovação de acionistas e autoridades regulatórias. No entanto, o movimento sinaliza um passo importante para as montadoras japonesas enfrentarem os desafios do futuro com mais força e agilidade.

Rio de Janeiro - 18/12/2024 | 4 min leitura